Aspectos epidemiológicos da infecção pelo HIV em seus primeiros 20 anos de ocorrência em São Carlos (SP)

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Bernardino Geraldo Alves Souto
Thiago Luccas Correa dos Santos Gomes
Karina Toledo da Silva
Danilo de Pádua Grillo

Resumo

Com o objetivo de conhecer alguns dados sobre a infecção pelo HIV entre os pacientes do Serviço de Assistência Especializada em HIV e Aids da cidade de São Carlos (SP) e apoiar a sua gestão, foi consolidado e analisado um conjunto de aspectos epidemiológicos sobre as pessoas, a transmissão do vírus e a morbi-mortalidade entre os usuários desse serviço. Para isso, foram estudados 1.405 registros de dados secundários, cobrindo os primeiros 20 anos de experiência do ambulatório. Utilizou-se um desenho agregado observacional transversal ecológico. Em seguida, os achados foram confrontados com a literatura. Detectou-se que a infecção pelo HIV afetou predominantemente adultos jovens com nível de escolaridade fundamental, que tinham mais de um parceiro sexual e ignoravam o perfil de soro-rreatividade dos seus parceiros ao HIV. Envolveu mais homens que mulheres e teve como via de transmissão mais frequente o coito heterossexual. Levou à morte mais de um terço dos infectados, especialmente em se tratando de homens que iniciaram o acompanhamento médico com CD4 abaixo de 200 células/mm3. Por outro lado, degeneração quantitativa dessas células foi mais intensa em pessoas mais velhas. Foi possível compreender que a principal estratégia para a sobrevivência dos portadores do HIV pode ser a garantia de acesso precoce a um cuidado de saúde ampliado e integral, com qualidade suficiente para agregar eficácia e eficiência ao tratamento antirretroviral. Em relação à vigilância clínica individual, quanto mais velha a pessoa, maior a frequência com que precisa ter seu estado imunovirológico monitorado.

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