Frankenstein de Mary Shelley e sua mensagem perene sobre a responsabilidade da ciência sob a luz da Bioética

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Cristiane Regina Ruiz

Resumo

O presente artigo demonstra as reflexões filosóficas sobre a ciência e seus avanços, contidas no romance Frankenstein de Mary Shelley, escrito em 1818. O texto propõe uma discussão acerca dos avanços tecnológicos e a atitude humana frente à ciência e tecnologia fundamentada na Bioética, com ênfase na ética da responsabilidade de Hans Jonas e na crítica sobre o uso desmedido da tecnologia. Tece-se uma rede que se inicia pela discussão da obsessão pelo conhecimento e pelo poder da criação até o despertar da consciência para os efeitos funestos do ambivalente poder tecnológico, alertando sobre a necessidade de uma vigilância ética frente à tecnologia, o uso da ciência com consciência e o reconhecimento das falhas do comportamento humano por meio da reflexão e de atitudes pautadas na responsabilidade.

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