Perfil biopsicossocial de pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Objetivo: Traçar o perfil biopsicosocial de renais crônicos em terapia hemodialítica. Métodos: Em 40 renais crônicos sob tratamento hemodialítico regular na Unidade de Terapia Renal Substitutiva da Irmandade do Hospital da Santa Casa de Poços de Caldas, foi aplicado o questionário SF-36, utilizado para medida da qualidade de vida em oito dimensões; coletados dados sócio-demográficos, clínicos e nutricionais. Os resultados foram apresentados na forma de análise descritiva. Resultados: A amostra foi constituída por 16 mulheres (40%), e 24 homens (60%), sendo a média de idade do grupo de 49,9 anos e o tempo médio de tratamento de 36,6 meses. Constatou-se comprometimento nas diferentes dimensões analisadas pelo SF-36, sendo que o pior resultado foi no aspecto físico. O perfil sociodemográfico foi homogêneo, constituído em sua totalidade por clientela do Sistema Único de Saúde, residente na cidade de Poços de Caldas, com o predomínio da cor da pele parda, do tempo de escolaridade menor do que quatro anos e da renda familiar inferior a um salário mínimo. Não possuíam atividade de trabalho 35 (87,5%) indivíduos. A principal causa da insuficiência renal crônica (IRC) foi a hipertensão arterial em 62,5% dos indivíduos. Em relação ao estado nutricional houve o predomínio de pacientes eutróficos (50%), seguido dos com sobrepeso (45%). Conclusão: Os dados obtidos forneceram indicadores importantes sobre o perfil desta população.
Detalhes do artigo
Referências
Lima MG, Lima ACL. Pacientes renais crônicos e transplantados. 1ª ed. São Paulo: GBM; 1983.
Pereira LC, Chang J, Fadil-Romão MA, Abensur H, Araújo MR, Noronha IL et al. Qualidade de vida relacionada à saúde em paciente transplantado renal. J Bras Nefrol 2003;25(1):10-6.
Andrade LG, Gabriel DP, Martin LC, Cruz AP, Balbi AL, Caramori JT et al. Sobrevida em hemodiálise no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp: comparação entre a primeira e a segunda metades da década de 90. J Bras Nefrol 2005;27(1):1-7.
Lima JJ, Fonseca JA, Godoy AD. Dialysis, time and death: comparisons of two consecutive decades among patients treated at the same Brazilian dialysis center. Braz J Med Biol Res 1999;32(3):289-95.
Valderrábano F, Jones EH, Mallick NP. Report on management of renal failure in Europe, XXIV, 1993. Nephrol Dial Transplant 1995;10(Suppl 5):1-25. http://dx.doi.org/10.1093/ndt/10.supp5.1
Marcelli D, Stannard D, Conte F, Held PJ, Locatelli F, Port FK. ESRD patient mortality with adjustment for comorbid conditions in Lombardy (Italy) versus United States. Kidney Int 1996;50(3):1013-8. http://dx.doi.org/10.1038/ki.1996.403
Merkus MP, Jager KJ, Dekker FW, Haan RJ, Boeschoten EW, Krediet RT. Predictors of poor outcome in dialysis patients: The Netherlands Cooperative Study on the Adequacy of Dialysis. The NECOSAD Study Group. Am J Kidney Dis 2000;35(1):66-79. http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(00)70304-0
Lima AFC, Gualda DMR. Reflexão sobre a qualidade de vida do cliente renal crônico submetido à hemodiálise. Nursing 2000;3(30):20-3.
Silva DM, Vieira RM, Koschnik Z, Azevedo M, Souza SS. Qualidade de vida de pessoas com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico. Rev Bras Enf 2002;55(5):562-7.
Andrade ACC. Dor: diagnóstico e tratamento. 1ª ed. São Paulo: Roca; 2001
Fleck MPA, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L et al. Aplicação da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da organização mundial da saúde (WHOQOL-100) 1999. Rev Saúde Pública 1999;33(2):198-205. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101999000200012
Castro M, Caiuby AVS, Draibe SA, Canziani MEF. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento genérico SF-36. Rev Assoc Med Bras 2003;49(3):245-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000300025
Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol 1999;39(3): 143-50.
Ware JE Jr, Sherbourne CD. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36). I. Conceptual framework and item selection. Med Care 1992;30(6):473-83. http://dx.doi.org/10.1097/00005650-199206000-00002
McHorney CA, Ware JE Jr, Raczek AE. The MOS 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36): II. Psychometric and clinical tests of validity in measuring physical and mental health constructs. Med Care 1993;31(3):247-63. http://dx.doi.org/10.1097/00005650-199303000-00006
Tomasi NGS, Yamamoto RM. Metodologia da pesquisa em saúde: fundamentos essenciais. Curitiba: As autoras, 1999.
Gullo AB. Reflexões sobre comunicação na assistência de enfermagem ao paciente renal crônico. Rev Esc Enf USP 2000;34(2):209-12. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342000000200011
Neto JF, Sesso R. Nível sócio-econômico e a qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica terminal no início do tratamento por hemodiálise. J Bras Nefrol 2000;3(Supl 3):94.
Braz AS, Suarte ALBP. Manifestações musculoesqueléticas nos pacientes em programa de hemodiálise. Rev Bras Reumatol 2003;43(4):223-31. http://dx.doi.org/10.1590/S0482-50042003000400004
Lamping DL, Constantinovici N, Roderick P, Normand C, Henderson L, Harris S et al. Clinical outcomes, quality of life, and costs in the North Thames Dialysis Study of elderly people on dialysis: a prospective cohort study. Lancet 2000;356(9241):1543-50. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(00)03123-8
Kalantar-Zadeh K, Kopple JD, Block G, Humphreys MH. Association among SF36 quality of life measures and nutrition, hospitalization, and mortality in hemodialysis. J Am Soc Nephrol 2001;12(12):2797-806.
Noblat ACB, Lopes MB, Lopes GB, Lopes AA. Complicações da hipertensão arterial em homens e mulheres atendidos em um ambulatório de referência. Arq Bras Cardiol 2004;83(4):308-19. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2004001600006
Santos PR. Relação do sexo e da idade com nível de qualidade de vida em renais crônicos hemodialisados. Rev Assoc Med Bras 2006;52(5):356-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302006000500026
Lopes AA, Batista PBP, Costa FA, Nery MM, Lopes GB. Número de anos em tratamento dialítico crônico e risco de morte em pacientes com e sem diabetes melito. Rev Assoc Med Bras 2003;49(3):266-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000300029
Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME) [Acesso em: 22 jun 2008]. Disponível em: www.ufrn.br/sites/fonaprace/perfil_anexo3.doc.
Miranda CR. Introdução à Saúde do trabalhador. 1ª ed. São Paulo: Atheneu; 1999.
Chang J, Pereira LC, Abensur H, Araújo MRT, Noronha IL, Romão Jr JE. Análise da qualidade de vida no paciente em hemodiálise. J Bras Nefrol 2002;24(Supl 2):160.
Merkus MP, Jager KJ, Dekker FW, Boeschoten EW, Stevens P, Krediet RT. Quality of life in patients on chronic dialysis: self-assessment 3 months after the start of treatment. The Necosad Study Group. Am J Kidney Dis 1997;29(4):584-92. http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(97)90342-5
Pugh-Clarke K, Koufaki P, Rowley V, Mercer T, Naish P. Improvement in quality of life of dialysis patients during six months of exercise. EDTNA ERCA J 2002; 28(1):11-2. http://dx.doi.org/10.1111/j.1755-6686.2002.tb00189.x
Tawney KW, Tawney PJ, Kovach J. Disablement and rehabilitation in end-stage renal disease. Semin Dial 2003;16(6):447-52. http://dx.doi.org/10.1046/j.1525-139X.2003.16097.x
Stugart P, Weiss J. Exercise, Rehabilitation, and the Dialysis Patient: One Unit's Positive Experiences. Dial Transplant 1999;28(3):134-7.
Baiardi F, Degli Esposti E, Cocchi R, Fabbri A, Sturani A, Valpiani G et al. Effects of clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients. J Nephrol 2002;15(1):61-7.
Romão MAF, Romão Junior JE, Belasco AGS, Barbosa DA. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica terminal em hemodiálise de alta eficiência. Rev Gaucha Enferm 2006;27(4):593-8.
Santos FR. Efeitos da abordagem interdisciplinar na qualidade de vida de pacientes com Doença Renal Crônica. [Acesso em: 04 ago 2008]. Disponível em: http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=64
Short A, Cumming A. ABC of intensive care. Renal support. BMJ 1999;319(7201):41-4. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.319.7201.41
Wassner SJ. Conservative management of chronic renal insufficiency. In: Pediatric Nephrology. 3th ed. Baltimore: Williams & Wilkins; 1994.
Passayanti G, Fassianos E, Saracino A, Ramunni A, Morrone LF, Coratelli P. Anthropometric and bioelectrical impedance measurements: two sensitive methods for estimating the evolution of the malnutrition status in hemodialysis patients. Nephrol Dial Transplant 2001;16(6):A146.
Draibe SA, Cendoroglo M, Nadaletto MA. Atualização em diálise: adequação em hemodiálise crônica. J Bras Nefrol 2000;22(3):169-75.
Qureshi AR, Alvestrand A, Divino-Filho JC, Gutierrez A, Heimburger O, Lindholm B et al. Inflammation, malnutrition, and cardiac disease as predictors of mortality in hemodialysis patients. J Am Soc Nephrol 2002;13(Suppl 1):S28-36.
World Health Organization . Preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation on Obesity. Geneva 1998;3(5):6-15.
Valenzuela RGV, Giffoni AG, Cuppari L, Canziani MEF. Estado nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise no Amazonas. Rev Assoc Med Bras 2003;49(1):72-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000100037
Bergström J, Lindholm B. Nutrition and adequacy of dialysis: How do hemodialysis and CAPD compare? Kidney Int Suppl 1993;40:S39-50.
Riella MC, Martins C. Nutrição e o rim. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001.