Avaliação do risco coronariano em idosos portadores de hipertensão arterial em tratamento
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Resumo
Diversos estudos revelam uma grande proximidade dos fatores para o desenvolvimento e/ou agravamento da hipertensão arterial e os fatores de risco para a doença coronariana e suas complicações. Objetivamos averiguar o risco coronariano, ao qual idosos em tratamento anti-hipertensivo estão submetidos, com vistas a subsidiar o cuidado de enfermagem a esse grupo. Estudo descritivo transversal quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará e realizado junto a 54 idosos, de ambos os sexos, em tratamento farmacológico para hipertensão arterial. A coleta de dados ocorreu entre agosto e setembro de 2007, por meio de um formulário de identificação e aplicação da tabela de risco coronariano. As características prevalentes foram: sexo feminino (74,1%), faixa etária entre 70 e 79 anos (48,1%), idosos casados (50%), escolaridade inferior a oito anos de estudos (46,3%), renda mensal de um salário mínimo (51,9%). Valores não controlados da pressão arterial foram registrados entre 22% e 25% dos idosos e o risco coronariano prevalente foi o moderado (55%). Concluiu-se que, apesar dos idosos terem se mostrado com estado de saúde cardiovascular regular, muito pode ser feito pela enfermagem para ampliar seu cuidado. O enfermeiro deve elaborar estratégias para intervir nos fatores de risco modificáveis, do desenvolvimento de doenças cardio-cerebro-vasculares visando reduzir a morbi-mortalidade dos idosos.
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