Avaliação clínica de palidez estratificada em cruzes: concordância entre observadores e comparação com níveis séricos de hemoglobina

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Rosemeri Maurici da Silva
Laura Bittencourt
Thiago Mamôru Sakae

Resumo

Objetivo: comparar o grau de palidez, estratificada em cruzes, com os níveis laboratoriais de hemoglobina e avaliar o grau de concordância entre observadores. Casuística e métodos: foram avaliados, no período de março a abril de 2007, por meio de estudo transversal observacional, os indivíduos com idade superior a 18 anos admitidos em cinco unidades do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, Santa Catarina, para os quais haviam sido solicitadas dosagens de hemoglobina. Os pacientes foram avaliados por dois observadores quanto à presença e grau de palidez (de ausente a ++++/4) nos seguintes locais: mucosa ocular, leito ungueal e cristas palmares. O índice de concordância Kappa foi utilizado avaliar a concordância entre observadores e o teste de Kruskal-Wallis para avaliar a diferença entre a média dos níveis de hemoglobina para os diferentes graus de palidez atribuídos. Resultados: estudou-se uma amostra de 30 pacientes, com idade média de 63,1 anos, sendo 70% do gênero masculino. A comparação entre os níveis médios de hemoglobina com a palidez graduada em cruzes não apresentou valores estatisticamente significativos para os diferentes graus atribuídos. O índice de concordância Kappa foi de 0,25 nas cristas palmares, 0,06 no leito ungueal e 0,16 na mucosa ocular. Conclusões: não houve boa concordância entre os observadores na avaliação de palidez estratificada em cruzes. Os níveis médios de hemoglobina não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes graus de palidez atribuídos.

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Seção
Artigos Originais

Referências

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