Somatostatinoma de duodeno: relato de caso e revisão da literatura
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Resumo
Introdução: Somatostatinomas são tumores carcinóides produtores de somatostatina, localizados principalmente na cabeça do pâncreas e duodeno. A importância desse relato deve-se à raridade deste subtipo histológico. Relato de Caso: Mulher, 68 anos, portadora de diabetes mellitus há dois anos, com queixa de dor abdominal há cinco meses. Ao exame físico notava-se massa em epigástrio e hipocôndrio direito, fixa e dolorosa à palpação. A ultra-sonografia e a tomografia computadorizada de abdome evidenciaram, respectivamente, colelitíase e tumor sólido em topografia de cabeça de pâncreas, medindo cerca de 12 x 8 cm. A paciente foi submetida a procedimento cirúrgico, no qual foi encontrado um grande tumor envolvendo o duodeno e o pâncreas, optando-se pela gastroduodenopancreatectomia cefálica e colecistectomia. Os exames anátomo-patológico e imuno-histoquímico da peça operatória revelararam tratar-se de um somatostatinoma de duodeno (estadiamento: T4N0Mx). A paciente apresentou boa evolução no pós-operatório, e com 18 meses da cirurgia encontra-se sem sinais de recidiva tumoral. Discussão: Os somatostatinomas são tumores raros, geralmente malignos, mais freqüentemente encontrados no pâncreas, sendo que apenas 2,5% deles são funcionantes. O diagnóstico é realizado por exame anátomo-patológico e imuno-histoquímico e o tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica. Quando a cirurgia curativa não pode ser realizada, alguns pacientes podem se beneficiar de procedimentos paliativos e/ou quimioterapia. O seguimento deve ser realizado a cada seis meses com tomografia abdominal e a dosagem sérica de somatostatina pode ser um método complementar. A sobrevivência em cinco anos após a retirada completa do tumor e na ausência de linfonodos comprometidos ou metástases chega a 100%.
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