Avaliação da qualidade de vida em idosos pósfratura da extremidade proximal do fêmur
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Resumo
Introdução: A fratura proximal do fêmur é causa de alta morbimortalidade tardia, comprometendo a funcionalidade e podendo afetar a qualidade de vida, principalmente em idosos. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de idosos após alta hospitalar por cirurgia de fratura proximal do colo do fêmur da região do Grande ABC paulista. Método: Estudo transversal com pacientes seis meses pós-cirurgia de fratura da extremidade proximal do fêmur realizada em dois hospitais pertencentes ao sistema de saúde suplementar no município de Santo André (SP) no período de 2006 a 2009, por meio de dois questionários: um sociobiodemográfico e o de qualidade de vida SF-36. Os dados foram submetidos à análise descritiva e teste U de Mann-Whitney. O nível de significância foi 5%. Resultados: Foram entrevistados 50 pacientes entre 60 e 97 anos, média de 74,5 (desvio padrão=10,8). Houve predominância do sexo feminino (68%), viúvas (52%), na cor branca (70%) e com nível de instrução até o Ensino Fundamental incompleto (62%). As doenças mais prevalentes foram a hipertensão arterial sistêmica e osteoartrite. Com relação à qualidade de vida, houve diferença entre os sexos. Os homens apresentaram melhor escore para os domínios capacidade funcional (p<0,001), dor (p=0,025), aspectos físicos (p=0,023) e aspectos sociais (p=0,050), enquanto as mulheres pontuaram melhor em saúde mental (p=0,024). Conclusão: Entre os idosos da região do Grande ABC paulista, após longo período do procedimento cirúrgico para fratura de colo de fêmur, observou-se melhor qualidade de vida para pacientes do sexo masculino quando comparados ao feminino.
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