Manifestação clínica de peritonite em pacientes que vivem com insuficiência renal crônica

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José Jacy Ferreira
Modesto Leite Rolim Neto
Cícero Hedilberto Pereira Filgueiras Macêdo
Jesus de Sousa Cartaxo
Nádia Nara Rolim Lima
Lara Eduardo de Galiza
Rose Heidy Costa Silva
Émile Bevilaqua de Carvalho Costa

Resumo

Introdução: A diálise peritoneal é uma alternativa segura e eficaz no tratamento de pacientes com insuficiência renal crônica terminal. Desde a introdução da diálise peritoneal, a peritonite tem sido a principal complicação dessa técnica. Objetivo: Analisar a frequência da peritonite num centro de hemodiálise, situado no sertão da Paraíba, de 2005 a 2010. Métodos: Realizou-se a análise retrospectiva dos prontuários de 25 pacientes em diálise peritoneal na referida clínica de diálise. Resultados: A população foi predominantemente masculina (76%), de cor branca (80%), com idade média de 65,88 anos. O diabetes mellitus foi a doença de base mais frequente (36%), seguida de hipertensão arterial sistêmica (32%), glomerulopatias (12%), entre outras (20%). Apenas um paciente iniciou a terapia renal substitutiva por diálise peritoneal. Em 92% dos casos, o motivo de conversão para diálise peritoneal foi a exaustão de acesso vascular para hemodiálise. A média do tempo em diálise foi de 26,4 meses. A frequência geral de peritonite foi 88%. Do total, três estavam em tratamento, dois (8%) receberam alta, três (12%) foram transferidos para hemodiálise e 17 (68%) evoluíram a óbito. Conclusão: A minoria dos pacientes não apresentou peritonite. O modo inadequado da escolha de pacientes para diálise peritoneal e a falha na realização da técnica estão associados a maiores chances de ocorrência de peritonite. O estudo permitiu caracterizar uma população em diálise peritoneal ambulatorial contínua, possibilitando melhor planejamento do cuidado para evitar infecções.

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Artigos Originais

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