Traços de ansiedade entre estudantes de medicina

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Sergio Baldassin
Lourdes Conceição Martins
Arthur Guerra de Andrade

Resumo

Objetivo: Avaliar traços de ansiedade entre estudantes de medicina. Método: Aplicação do Inventário de Ansiedade Traço a todos os 603 estudantes matriculados no curso médico da Faculdade de Medicina do ABC em 2001. Resultados: 80% (481) dos estudantes das seis séries responderam ao questionário, sendo que 20,1% marcaram mais de 49 pontos, sugerindo a ocorrência de traços de ansiedade alta, e 79,9% marcaram entre 33 e 49 pontos sugerindo ansiedade média. Nenhum estudante marcou menos de 33 pontos (traços de ansiedade leve). O maior porcentual de traço de ansiedade alta foi encontrado no sexto ano (26,8%) e o menor, no terceiro ano (11,6%). Conclusões: O curso médico parece estar associado ao desenvolvimento de quadros ansiosos nos estudantes de medicina. Maiores taxas de sintomatologia ansiosa foram encontradas no início do curso, sugerindo dificuldades na adaptação de novos métodos de ensino, assim como no quarto ano que antecede o internato e no sexto ano quando acontecem, após uma “ilha de calmaria” no terceiro ano, as provas de residência. A existência de programas que possam identificar – e tratar – esses alunos precocemente é fundamental para o aprimoramento de futuros médicos.

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