Concomitância de gestação tópica e ectópica

Conteúdo do artigo principal

Caio Parente Barbosa
Giana Martins Campoi
Karisa Martins Oliveira
Marcelo Ettruri Santos
Paola Rossini Fasano
Priscilla Domene Vaccaro Silva
Sérgio Peixoto

Resumo

A associação entre gestação tópica e ectópica é rara e ocorre aproximadamente em 1 a cada 30.000 gestações. Relatamos o caso de paciente primigesta, sem fator predisponente para gestação ectópica ou gemelar. Possuía ultra-sonografia de 9 a 10 semanas, com diagnóstico de gestação tópica gemelar, e apresentava dor hipogástrica de forte intensidade, acompanhada de náuseas e vômitos. Foi realizada nova ultra-sonografia transvaginal, que diagnosticou gestação tópica de 12 semanas e gestação ectópica em anexo direito, de 10 semanas e 3 dias, ambas com batimento cardíaco fetal presente. Optou-se então por resolução da gestação ectópica através de salpingectomia direita laparoscópica, visando à manutenção da gestação tópica. O quadro clínico apresentado e a ultra-sonografia com diagnóstico preciso realizada em tempo hábil possibilitaram intervenção terapêutica adequada e manutenção da gestação tópica concomitante. Entretanto, a primeira ultra-sonografia com diagnóstico errôneo poderia ter complicado o quadro, com rotura tubária e perda da gestação tópica. É importante salientar que o ultra-sonografista deve sempre estar atento à possibilidade da associação de gestação tópica e ectópica, aumentando a sensibilidade do método e reduzindo os riscos de possíveis complicações através de terapêutica adequada. Neste caso, a primeira ultra-sonografia tardou o diagnóstico correto, não permitindo uma cirurgia mais conservadora.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

Zugaib M, Bittar RE. Protocolos assistenciais, clínica obstétrica da FMUSP. 1a ed. São Paulo: Editora Atheneu: 1999, p. 173-5.

Neme B. Obstetrícia fundamental. São Paulo: Savier: 1994.

Al-Meshari AA, Chowdhury N, Adelusi B. Ovarian pregnancy. Int J Gynacol Obstet 1993;41:269-72. http://dx.doi.org/10.1016/0020-7292(93)90555-B

Stroumbakis N, Feldman MG. Heterotopic pregnancy involoving the ovary and uterus following ovulation induction: diagnosis and managment. Connecticut Medicine 1991;55:195-9.

Ory SJ. New options for diagnosis and treatment of ectopic pregnancy. JAMA 1992;267(4):534. http://dx.doi.org/10.1001/jama.1992.03480040082035

Honey L, Leader A, Claman P. Uterine artery embolization– a sucessful treatment to control bleeding cervical pregnancy with a simultaneous intrauterine gestation. Human Reproduction 1999;14(2):553-5. http://dx.doi.org/10.1093/humrep/14.2.553

Rocha DC, Calcado AB, Nardi AG et al. Coexistência de gestação tópica e ectópica: aspectos ultra-sonográficos. Radiol Bras 1988;21:29-31.

Fernandes H, Ziegler D, Imbert MC, Cambet B, Frydman R, Papiernik E. Advanced combined intrauterine and ovarian gestations: case report. European J Obstet Gynacol Reprod Biol 1990;37:293-6. http://dx.doi.org/10.1016/0028-2243(90)90038-3

Beckman CRB, Tomasi AM, Thomason JL. Combined interstitial and intrauterine pregnancy: cornual resection in early pregnancy and cesarean delivery at term. Am J Obstet Gynacol 1984;149:83-5. http://dx.doi.org/10.1016/0002-9378(84)90297-7

Yaghoobian J et al. Demonstration of simultaneous intrauterine and extrauterine gestation. J Ultrasound Med 1986;5:309-12.

Bernabei A, Morgante G, Mazzini M, Guerrini E, Fava A. Simultaneous ovarian and intrauterine pregnancy: case report. Am J Obstet Gynacol 1992;167:134-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0002-9378(11)91646-9

Pedreira DAL, Brizot ML.Ultra-sonografia no primeiro trimestre. In: Zugaib M. Vitalidade fetal. 2a ed. São Paulo: Atheneu: 1999, p. 51-64.

Boas FTV, Barros FC, Zagatti OJB. Prenhez ectópica –Análise de 82 casos. Rev Bras Ginecol Obstet 1988;10:153-6.

Fleischer AC, Pennel RG, McKee MS, Worrel JA, Keefe B, Herbert CM, Hill GA, Cartwright PS, Kepple DM. Ectopic pregnancy: features of transvaginal sonography. Radiology 1990;174:375-8.

Recce EA, Petrie RH, Sirmans M et al. Combined intrauterine and extrauterine gestations: a review. Am J Obstet Gynecol 1983;146:323-9.

Resende JM, Montenegro CAB. Obstetrícia fundamental. Prenhez ectópica. 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 1999, p. 257.

Emerson DS, Cartier MS, Altieri LA, Felker RE, Snith WC, Stovall TG, Gray LA. Diagnostic efficacy of endovaginal color Doppler flow imaging in an ectopic pregnancy screening program. Radiology 1992;183:413-20.

Sodré FC, Araujo EL, Avila LJ. Resolução de gravidez ectópica com injeção intra-amniótica de metotrexato e subseqüente gestação tópica. Rev Bras Ginec Obstet 1995;17:750-2.

Baumann R, Magos AL, Turnbull A. Prospective comparison of videopelviscopy with laparotomy for ectopic pregnancy. Br J Obstet Gynacol 1991;98:765-71. http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-0528.1991.tb13480.x