Percepção negativa de saúde e fatores associados em acadêmicos de Educação Física

Conteúdo do artigo principal

Dayana Chaves Franco
Marcos Santana Dias
Thiago Ferreira de Sousa

Resumo

Introdução: A autoavaliação do estado de saúde tem sido utilizada em estudos epidemiológicos e representa uma medida de estimativa do nível de saúde. Objetivo: Identificar a prevalência e os fatores associados a autoavaliação negativa de saúde em universitários de um curso de Educação Física. Métodos: Estudo epidemiológico transversal, realizado com universitários de um curso de Educação Física. A variável dependente foi a auto avaliação de saúde e as variáveis independentes foram sexo, faixa etária, situação conjugal, tempo na universidade, atividade física de lazer, ingestão de frutas/sucos e verduras/saladas, consumo bebidas alcoólicas, índice de massa corporal, auto avaliação de tempo para relaxar e nível de estresse. Utilizou-se a estatística descritiva e as Razões de Prevalências (RP), estimadas pela regressão de Poisson, nas análises brutas e ajustadas, com nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 111 universitários, com média de idade de 24,7 anos. A prevalência de autoavaliação negativa de saúde foi de 10,1%. Foram associados com maiores prevalências de autoavaliação negativa de saúde os universitários que relataram o consumo irregular de verduras/saladas (RP=9,59; IC95%=1,64-55,96), que estavam com excesso de peso (RP=3,81; IC95%=1,03-14,12), com nível de estresse negativo (RP=8,34; IC95%=2,96-23,48), por outro lado, com menor RP os estudantes de maior faixa etária (RP=0,17; IC95%=0,03-0,82). Conclusão: A prevalência de autoavaliação negativa de saúde foi baixa e os fatores associados a esse desfecho relacionaram-se aos componentes relacionados a alimentação, ao estado nutricional e autoavaliação de estresse na vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Franco, D. C., Dias, M. S., & Sousa, T. F. de. (2018). Percepção negativa de saúde e fatores associados em acadêmicos de Educação Física. ABCS Health Sciences, 43(3). https://doi.org/10.7322/abcshs.v43i3.1083
Seção
Artigos Originais
Biografia do Autor

Dayana Chaves Franco, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) – Uberaba (MG)/ Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – Ilhéus (BA)

Mestranda em Educação Física na linha de epidemiologia da atividade física

Marcos Santana Dias, Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – Ilhéus (BA)

Membro do Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde

Thiago Ferreira de Sousa, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)/ Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – Ilhéus (BA)/ Centro de Formação de Professores, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) – Amargosa (BA)

Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Referências

Mendonça G, Farias Júnior JC. Percepção de saúde e fatores associados em adolescentes. Rev Bras Ativ Fis e Saúde. 2012;17(3):174-80. http://dx.doi.org/10.12820/rbafs.v.17n3p174-180

Reichert FF, Loch MR, Capilheira MF. Autopercepção de saúde em adolescentes, adultos e idosos. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17(12):3353-62. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012001200020

Sousa TF, Silva KS, Garcia LMT, Del Duca GF, Oliveira ESA, Nahas MV. Autoavaliação de saúde e fatores associados em adolescentes do estado de Santa Catarina, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2010;28(4):333-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822010000400008

Sousa TF, Fonseca SA, Barbosa AR. Regular and negative self-rated health in students from a public university from Northeastern, Brazil: prevalence and associated factors. Acta Sci. 2014;36(2):185-94. http://dx.doi.org/10.4025/actascihealthsci.v36i2.19171

Pavão ALB, Werneck GL, Campos MR. Autoavaliação do estado de saúde e a associação com fatores sociodemográficos, hábitos de vida e morbidade na população: um inquérito nacional. Cad Saúde Pública. 2013;29(4):723-34. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000400010

Freire LM, Dalamaria T, Cunha MA, Souza OF. Self-Rated Health in University Students from Rio Branco in the Western Brazilian Amazon. Health. 2014;6:2245-9. http://dx.doi.org/10.4236/health.2014.616260

El-Ansari W, Stock C. Gender Differences in Self-Rated Health among University Students in England, Wales and Northern Ireland: Do Confounding Variables Matter? Global J Health Sci. 2016;8(11):168-77. http://dx.doi.org/10.5539/gjhs.v8n11p168

Pengpid S, Peltzer K, Samuels TA, Gasparishvili A. Factors associated with self-rated health status among university students from 26 low, middle and high income countries. J Psychol Africa. 2015;25(5):448-53. http://dx.doi.org/10.1080/14330237.2015.1101274

Herman KM, Sabiston CM, Tremblay A, Paradis G. Self-Rated Health in Children at Risk for Obesity: Associations of Physical Activity, Sedentary Behavior, and BMI. J Phys Act Health. 2014;11(3):543-52. http://dx.doi.org/10.1123/jpah.2012-0124

Mikolajczyk, RT, Brzoska, P, Maier C, Ottova V, Meier S, Dudziak U, et al. Factors associated with self-rated health status in university students: A cross-sectional study in three European countries. BMC Public Health. 2008;8:215. http://dx.doi.org/10.1186/1471-2458-8-215

World Health Organization (WHO). Health interview surveys: toward international harmonization of methods and instruments. Disponível em: http://apps.who.int/iris/handle/10665/107328. Acesso em: 25 out. 2017.

Feng Q, Zhu H, Zhen Z, Gu D. Self-Rated Health, Interviewer-Rated Health, and Their Predictive Powers on Mortality in Old Age. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2016;71(3)538-50. http://dx.doi.org/10.1093/geronb/gbu186

Burstrom B, Fredlund P. Self rated health: Is it as good a predictor of subsequent mortality among adults in lower as well as in higher social classes? J Epidemiol Community Health. 2001;55(11):836-40. http://dx.doi.org/10.1136/jech.55.11.836

Razzaque A, Mustafa AH, Streatfield PK. Do self-reported health indicators predict mortality? Evidence from Matlab, Bangladesh. J Biosoc Sci. 2014;46(5):621-34. http://dx.doi.org/10.1017/S0021932013000448

Sousa TF. Autoavaliação do nível de saúde em estudantes de educação física. Saúde Pesquisa. 2009;2(1):17-21.

Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2016: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal em 2016. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.

Monteiro LZ, Varela AR, Carneiro AML, Alves LR, Góis RFG, Lima TB. Use of tobacco and alcohol among healthcare students. Rev Bras Promoç Saúde. 2018;31(1):19. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2018.6475

Luiz RR, Magnanini MF. A lógica da determinação do tamanho da amostra em investigações epidemiológicas. Cad Saúde Colet. 2000;8(2):9-28.

Sousa TF, Santos SFS, Pie ACS, Rossato LC. Associação entre indicadores de prática de atividades físicas na adolescência com o nível atual de prática de atividades físicas no lazer em acadêmicos de um curso de Educação Física no nordeste do Brasil. Rev Pensar Prática. 2009;12(3):1-12. https://dx.doi.org/10.5216/rpp.v12i3.6521

Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2006: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sócio-demográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal em 2006. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

Sousa TF, José HPM, Barbosa AR. Condutas negativas à saúde em estudantes universitários brasileiros. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(12):3563-75. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013001200013

World Health Organization (WHO). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: 1997.

Maldonado G, Greenland S. Simulation study of confounderselection strategies. Am J Epidemiol. 1993;138(11):923-36.

Santos SFS, Freitas Junior IF, Alvarenga AM, Fonseca SA, Virtuoso Junior JS, Sousa TF. Prevalence and factors associated with leisure time physical activity: survey repeated in university students. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2016,18(5):577-90. http://dx.doi.org/10.5007/1980-0037.2016v18n5p577

Alazraqui M, Roux AVD, Fleischer N, Spinelli H. Salud auto-referida y desigualdades sociales, ciudad de Buenos Aires, Argentina, 2005. Cad Saúde Pública. 2009;25(9):1990-2000. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009000900013

Barros MBA, Zanchetta LM, Moura EC, Malta DC. Auto-avaliação da saúde e fatores associados, Brasil, 2006. Rev Saúde Pública. 2009;43(Supl. 2):27-37. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009000900005

Pino A, Cediel G, Hirsch S. Ingesta de alimentos de origen animal versus origen vegetal y riesgo cardiovascular. Rev Chil Nutr. 2009;36(3):210-6. http://dx.doi.org/10.4067/S0717-75182009000300003

Bezerra PCL, Opitz SP, Koifman RJ, Muniz PT. Percepção de saúde e fatores associados em adultos: inquérito populacional em Rio Branco, Acre, Brasil, 2007-2008. Cad Saúde Pública. 2011;27(12):2441-51. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011001200015

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

Global BMI Mortality Collaboration, Di Angelantonio E, Bhupathiraju SHN, Wormser D, Gao P, Kaptoge S, et al. Body-mass index and all-cause mortality: individual-participant-data meta-analysis of 239 prospective studies in four continents. Lancet. 2016;388(10046):776-86. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30175-1

Silva DAS, Nahas MV, Sousa TF, Del Duca GF, Peres KG. Prevalence and associated factors with body image dissatisfaction among adults in southern Brazil: A population-based study. Body Image. 2011;8(4):427-31. https://dx.doi.org/10.1016/j.bodyim.2011.05.009

Sousa TF. Autopercepção negativa de saúde e fatores associados em acadêmicos de Educação Física no Nordeste, Bahia. Rev Digital. 2010;15(143).

Fonseca SA, Blank VLG, Barros MVG, Nahas MV. Percepção de saúde e fatores associados em industriários de Santa Catarina, Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(3):567-76. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008000300010

Marques FRB, Botelho MR, Marcon SS, Pupulim JSL. Coping strategies used by family members of individuals receiving hemodialysis. Texto Contexto Enferm. 2014;23(4):915-24. http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072014002220011

Yufuf S, Hawken S, Ôunpuu S, Dans T, Avezum A, Lanas F, et al. Effect of potentially modifiable risk factors associated with myocardial infarction in 52 countries (the INTERHEART study): case-control study. Lancet. 2004;364(9438):937-52. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(04)17018-9

El Ansari W, Stock C. Explaining the gender difference in selfrated health among university students in Egypt. J Women Health. 2016;56(7):731-44. http://dx.doi.org/10.1080/03630242.2015.1118733