Crenças e atitudes de educadores da rede pública de um município mineiro sobre o uso de Substâncias Psicoativas

Conteúdo do artigo principal

Marcus Luciano de Oliveira Tavares
Amanda Márcia dos Santos Reinaldo
Belisa Vieira da Silveira
Maria Odete Pereira

Resumo

Introdução: O despreparo de educadores para trabalhar com estudantes em uso de Substâncias Psicoativas é uma fragilidade que compromete a abordagem em ambiente escolar. Assim, é necessário que esses profissionais reconheçam a importância do conhecimento e reflitam suas crenças e atitudes acerca dessa temática. Objetivo: Conhecer as crenças e atitudes de educadores de nove escolas municipais de Belo Horizonte sobre o uso de Substâncias Psicoativas. Método: Estudo transversal, descritivo e exploratório realizado com 38 educadores da rede municipal de educação de Belo Horizonte/MG. Foi utilizado um questionário para caracterização dos dados sociodemográficos, a Escala de Tolerância Social e o Questionário sobre Modelo de Percepção de Problemas de Saúde. Resultados: Houve predominância de crenças negativas e estigmatizantes e atribuição do uso de Substâncias Psicoativas ao modelo moralizante. Conclusão: Intervenções focadas na conscientização de educadores sobre o uso e abuso de SPAs previamente à elaboração de programas de enfrentamento para escolares são necessárias para evitar situações conflitantes que estigmatizem o usuário.

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Detalhes do artigo

Como Citar
Tavares, M. L. de O., Reinaldo, A. M. dos S., Silveira, B. V. da, & Pereira, M. O. (2019). Crenças e atitudes de educadores da rede pública de um município mineiro sobre o uso de Substâncias Psicoativas. ABCS Health Sciences, 44(1). https://doi.org/10.7322/abcshs.v44i1.1166
Seção
Artigos Originais
Biografia do Autor

Marcus Luciano de Oliveira Tavares, Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte (FPBH) – Belo Horizonte (MG) /Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Belo Horizonte (MG)

Graduado em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais; Especialista em Saúde Pública; Mestre em Saúde e Enfermagem; Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Álcool e outras Drogas da Escola de Enfermagem da UFMG; Docente convidado do CRR/Enfermagem- UFMG; Preceptor de estágios da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte.

Amanda Márcia dos Santos Reinaldo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Belo Horizonte (MG)

Enfermeira. Professor Associado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. Líder do Grupo de Pesquisa: Núcleo de estudos e pesquisa em saúde mental, álcool e outras drogas. Coordenadora do Centro Regional Referência em crack e outras Drogas da EE UFMG. Docente do Programa de Pós-Graduação Promoção de Saúde e Prevenção da Violência. Mestrado e Doutorado em Enfermagem Psiquiátrica pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (2002/2005). Especialista em Dependência Química pelo Inter-American Drug Abuse Control Commission (CICAD) /OEA/OMS.

Belisa Vieira da Silveira, Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP)

Enfermeira. Mestrado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da UFMG. Doutoranda em Enfermagem Psiquiátrica pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.

Maria Odete Pereira, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Belo Horizonte (MG)

Enfermeira. Mestrado em Enfermagem pela Universidade Estadual de Campinas. Doutorado em Ciências pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, com estágio sandwich sob a orientação do sociólogo Boaventura de Sousa Santos, no Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Portugal. Professor Adjunto da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais.

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