Lares para Idosos: um estudo em uma Região de Saúde do Rio Grande do Sul, Brasil
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Resumo
Introdução: Com o aumento do envelhecimento, cresce a procura por Instituições de Longa Permanência para Idosos (HFAs). Objetivo: Analisar recursos e população de HFAs, verificando-se o cumprimento dos critérios da RDC nº 283/2005 da Anvisa. Métodos: Pesquisa descritiva e quantitativa com 11 HFAs filantrópicas no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A coleta de dados foi realizada por questionário aplicado ao responsável pela unidade. Resultados: O estudo envolveu 318 trabalhadores e 522 idosos. As HFAs apresentaram: alguns quartos sem banheiro (100%); área externa e sala administrativa (72,7%); refeitório e sala de apoio (54,5%); sala ecumênica (36,4%); quartos com mais de quatro leitos (45,5%). As razões de admissão prevalentes foram: idosos trazidos por familiares (69,2%) e vulnerabilidade social (36,4%). A morte foi a principal razão de saída. A idade média dos idosos foi 76,8 anos e 58,4% eram mulheres. O grau de dependência foi I para 31.1%; II para 33,9% e III para 35%. Atividades de lazer e cultura ocorrem em 72,7% das HFAs. Em 27,3% há registro de visitas. Somente 9,1% atuam junto às famílias. Os recursos humanos disponíveis foram enfermeiro (72,7%), médico e técnico de enfermagem (63,3%), fisioterapeuta (45,5%), psicólogo (36,4%) e cuidador (27,3%). Em 63,3% das unidades, trabalhadores realizam atividades mistas. Os custos são cobertos por aposentadorias, parcerias e doações. As principais dificuldades foram recursos financeiros ou dependência de doações e rigor da vigilância sanitária ou cumprimento de normas. Conclusão: As HFAs cumprem parcialmente aos critérios da Resolução, prejudicando a qualidade do atendimento aos idosos.
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