Laceração perineal em nulíparas e seus fatores associados
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Introdução: Laceração perineal é uma complicação importante para mulheres pós-parto. Objetivo: Avaliar a prevalência de laceração perineal e seus fatores associados em primíparas. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo, através da análise dos prontuários de mulheres que pariram no ano de 2017, em uma maternidade da cidade. Durante a coleta de dados foi utilizada uma lista de checagem e um formulário para retirar informações sobre dados obstétricos, sociodemográficos e clínicos das mulheres e o peso do recém-nascido. Em seguida foram formuladas tabelas para determinação da associação entre as variáveis independentes e a presença de laceração. Logo após, foi feita a análise de regressão logística múltipla para identificar as variáveis mais fortemente associadas à laceração perineal. Resultados: Um total de 326 prontuários foram analisados. O percentual de laceração perineal foi de 60%. Na análise multivariada, o uso de oxitocina aumentou a chance de laceração perineal em 730%. Além disso, a posição de cócoras e de quatro apoios diminuíram a chance de laceração perineal em 80% e 97%, respectivamente, em comparação com as mulheres que adotaram a posição de litotomia, durante o segundo período do parto. Conclusão: A taxa de laceração perineal encontrada foi alta, mas a gravidade foi baixa. O uso de ocitocina está associado com a presença de laceração perineal e a posição de cócoras e de quatro apoios contribuem para a proteção do períneo.
Downloads
Detalhes do artigo
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob uma licença Creative Commons CC BY que permite o compartilhamento e adaptação do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Referências
Moore KL, Dalley AF, Agur AMR. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Russel JG. Moulding of the pelvic outlet. Obstet Gynaecol Br Commonw. 1969;76(9):817-20. https://doi.org/10.1111/j.1471-0528.1969.tb06185.x
Mitie IN. The influence of maternal position on duration of the active phase of labor. Int J Gynaecol Obstet. 1974;12(5):181-3. https://doi.org/10.1002/j.1879-3479.1974.tb00945
Kemp E, Kingswood CJ, Kibuka M, Thornton JG. Position in the second stage of labor for women with epidural anaesthesia. Cochrane Database Syst Rev. 2013;(1):CD008070. https://doi.org/10.1002/14651858.CD008070.pub2
Committee on Practice Bulletins-Obstetrics. ACOG Practice Bulletin no. 198: prevention and management of obstetric lacerations at vaginal delivery. Obstet Gynecol. 2018;132(3):e87-102. https://doi.org/10.1097/AOG.0000000000002841
Riesco MLG, Costa ASC, Almeida SFS, Basile ALO, Oliveira SMJV. Episiotomia, laceração e integridade perineal em partos normais: análise de fatores associados. Rev Enferm UERJ. 2011;19(1):77-83.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
Hals E, Oian P, Pirhonen T, Gissler M, Hjelle S, Nilsen EB, et al. A multicenter interventional program to reduce the incidence of anal sphincter tears. Obstet Gynecol. 2010;116(4):901-8. https://doi.org/10.1097/AOG.0b013e3181eda77a
Groutz A, Hasson J, Wengier A, Skornick-Rapaport A, Lessing JB, Gordon D. Third- and fourth-degree perineal tears: prevalence and risk factors in the third millennium. Am J Obstet Gynecol 2011;204(4):P347.e1-347.e4. https://doi.org/10.1016/j.ajog.2010.11.019
Francisco AA, Oliveira SMJV, Santos JO, Silva FMB. Avaliação e tratamento da dor perineal no pós-parto vaginal. Acta Paul Enferm. 2011;24(1):94-100. https://doi.org/10.1590/S0103-21002011000100014
Hidalgo LP, Hidalgo MM, Rodrigues BMA. Labor stimulation with oxytocin: effects on obstetrical and neonatal outcomes. Rev Latino-Am Enfermagem. 2016;(24):27-44. https://doi.org/10.1590/1518-8345.0765.2744
Oliveira LB, Mattos DV, Matão MEL, Martins CA. Laceração perineal associada ao uso de ocitocina exógena. Rev Enferm UFPE. 2017;8(1):2273-8. https://10.5205/1981-8963-v11i6a23387p2273-2278-2017
Jonsson M. Induction of twin pregnancy and the risk of caesarean delivery: a cohort study. BMC Pregnancy Childbirth. 2015;15:136. https://doi.org/10.1186/s12884-015-0566-4
Lawrence A, Lewis L, Hofmeyr GJ, Dowswell T, Styles C. Maternal positions and mobility during first stage labor. Cochrane Database Syst Rev. 2009;(2):CD003934. https://doi.org/10.1002/14651858.CD003934.pub2
Gizzo S, Gangi S, Noventa M, Bacile V, Zambon A, Nardeli GB. Women’s choice of positions during labor: return to the past or a modern way to give birth? A cohort study in Italy. Biomed Res Int. 2014;2014:638093. https://doi.org/10.1155/2014/638093
Calais GB. O períneo feminino e o parto. Elementos de anatomia e exercícios práticos. São Paulo: Manole, 2005.
Kapandiji IA. Fisiologia articular: Esquemas comentados de mecânica humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
Freitas JMS, Narchi NZ, Fernandes RAQ. Práticas obstétricas em centro de parto normal intra-hospitalar realizadas por enfermeiras obstetras. Esc. Anna Nery. 2019;23(4):e20190112. https://doi.org/10.1590/2177-9465-2019-0112
Lemos A. Fisioterapia obstétrica baseada em evidência. Rio de Janeiro: MedBook, 2014.
Lee DG, Hodges P. The pelvic girdle: an approach to the examination and treatment of the lumbopelvic-hip region. 3rd ed. United Kingdom: Churchill Livings-Tone, 2004.
Calais GB, Parés N. A pelve feminina e o parto. São Paulo: Manole, 2013.
Leal MC, Bittencourt SA, Esteves-Pereira AP, Ayres BVS, Silva LBRAA, Thomaz EBAF, et al. Avanços na assistência ao parto no Brasil: resultados preliminares de dois estudos avaliativos. Cad Saude Publica. 2019;35(7):e00223018. https://doi.org/10.1590/0102-311x00223018
Stenpheson R, O'Conner L. Obstetric and gynecological care in physical therapy. Second Ed. Slack, EUA: Slack, 2000.
Koyanagi A, Zhang J, Dagvador A, Hirayama F, Shibuya K, Souza JP, et al. Macrosomia in 23 developing countries: An analysis of a multicountry, facility-based, cross-sectional survey. Lancet. 2013;381(9865):476-83. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61605-5
Gyurkovits Z, Kálló K, Bakki J, Katona M, Bitó T, Pál A, et al. Neonatal outcome of macrosomic infants: An analysis of a two-year period. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2011;159(2):289-92. https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2011.08.003
Simic M, Cnattingius S, Petersson G, Anna Sandström A, Stephansson O. Duration of second stage of labor and instrumental delivery as risk factors for severe perineal lacerations: population-based study. BMC Pregnancy Childbirth. 2017;17(1):72. https://doi.org/10.1186/s12884-017-1251-6
Smith LA, Price N, Simonite V, Burns EE. Incidence of and risk factors for perineal trauma: a prospective observational study. BMC Pregnancy Childbirth. 2013;13:59. https://doi.org/10.1186/1471-2393-13-59
Althabe F, Belizan JM, Bergel E. Episiotomy rates in primiparous women in Latin American: hospital based descriptive study. BMJ. 2002;324(7343):945-46. https://doi.org/10.1136/bmj.324.7343.945
Amorim MM, Franca-Neto FA, Leal VM. Is it possible to never perfom episiotomy during vaginal delivery?. Obstet Gynecol. 2014;385. https://doi.org/10.1097/01.AOG.0000447314.51968.54
Shahraki AD, Aram S, Pourkabirian S, Khodaee S, Choupannejad S. A comparison between early maternal and neonatal complications of restrictive episiotomy and routine episiotomy in primiparous vaginal delivery. J Res Med Sci. 2011;16(12):1583-9.
Loewenberg-Weisband Y, Grisaru-Granovsky S, Ioscovich A, Samueloff A, Calderon-Margalit R. Epidural analgesia and severe perineal tears: a literature review and large cohort study. J Matern Fetal Neonatal Med. 2014;27(18):1864-9. https://doi.org/10.3109/14767058.2014.889113