Doenças reumáticas e seus fatores associados em idosos: um estudo de base populacional brasileiro

Resumo

Introdução: As doenças reumáticas têm alta ocorrência na população idosa, o que pode levar à redução da independência e da qualidade de vida. Objetivo: Determinar a prevalência e identificar os fatores associados às doenças reumáticas em idosos da zona urbana de um município do Sul do Brasil. Métodos: Trata-se de estudo transversal de base populacional, realizado em 2008 na cidade de Bagé-RS, Brasil, com idosos com 60 anos ou mais. O desfecho foi definido a partir da pergunta "Algum médico já disse que você tem reumatismo, artrite ou artrose?" A regressão de Poisson foi usada para a análise bruta e ajustada. Resultados: Foram entrevistados 1.593 idosos. Destes, 27,3% (IC 95% 25,0-29,5) relataram ter diagnóstico médico de pelo menos uma das doenças reumáticas estudadas. Na análise ajustada, constatou-se que o sexo feminino (RP=2,86; IC 95% 2,28-3,59; p≤0,001), sem escolaridade (RP=1,24; IC 95% 1,0-1,58; p=0,047), não vive sozinho (RP=1,29; IC 95% 1,03-1,61; p=0,024), autopercepção de saúde ruim (RP=1,54; IC 95% 1,63-2,02; p=0,001), problemas de coluna (RP=1,96; IC 95% 1,67-2,31; p≤0,001), queda no último ano (RP=1,22; IC 95% 1,04-1,43; p=0,013), presença de incapacidade para atividades instrumentais de vida diária (RP=1,20; IC 95% 1,02-1,41; p=0,028) e consulta médica nos últimos 3 meses (RP=1,20; IC 95% 1,01-1,42; p=0,035) estiveram associados à presença de doenças reumáticas (reumatismo, artrite e artrose). Conclusão: Sugere-se que os cuidados com os problemas musculoesqueléticos da coluna devem ser aumentados, a fim de reduzir as quedas e a incapacidade funcional em idosos, com base em ações voltadas para a prevenção desses problemas.