Nível de atividade física, esperança de vida e intensidade de sintomas depressivos e ansiosos em pacientes hemodialíticos
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Resumo
Introdução: Indivíduos com doença renal crônica em estágio avançado necessitam de hemodiálise, em que tal recurso apresenta efeitos deletérios sobre aspectos da saúde física e mental, sendo que ainda não está claro de que forma o nível de atividade física está relacionado ao estado mental nesta população. Objetivo: Comparar o nível de atividade física com a esperança de vida e a intensidade de sintomas depressivos e ansiosos em pacientes hemodialíticos. Método: Estudo transversal realizado com 59 pacientes hemodialíticos dicotomizados em dois grupos (suficientemente ativo e insuficientemente ativo) de acordo com o nível de atividade física (Questionário Internacional de Atividade Física), avaliados quanto a esperança de vida (Escala de Esperança de Herth) e a intensidade de sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck) e ansiosos (Inventário de Ansiedade de Beck). A comparação entre variáveis categóricas foi testada pelo teste Qui-quadrado de Pearson e numéricas pelo teste T Student e U de Mann-Whitney (p<0,05). Resultados: Houve prevalência de sujeitos categorizados como suficientemente ativos (64%) e com mínimo grau de depressão (57%) e ansiedade (59%). Insuficientemente ativos apresentaram pontuações superiores no instrumento de depressão (p=0,001) e ansiedade (p=0,019), e semelhantes no de esperança de vida (p=0,067). Houve maior intensidade de sintomas depressivos e ansiosos nos insuficientemente ativos (p<0,001; p=0,003). Conclusão: Quando comparados aos insuficientemente ativos, pacientes hemodialíticos suficientemente ativos apresentam esperança de vida semelhante e menor intensidade de sintomas depressivos e ansiosos.
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