Relação entre estilos parentais e a ocorrência de violência sexual sofrida por adolescentes e jovens adultos
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Resumo
Introdução: A violência sexual deve ser tratada como um problema de saúde pública, com prevalência alta em todo o mundo e relevantes impactos físicos e mentais. Objetivo: Investigar a relação entre estilos parentais e a ocorrência de violência sexual sofrida por adolescentes e jovens adultos. Métodos: Instrumentos validados foram aplicados a uma população de estudantes universitários para avaliar a presença ou ausência de violência sexual (Questionário sobre Exposição a Eventos Traumatizantes) e o Inventário de Estilos Parentais (PSI). A análise estatística inicial foi descritiva e inferencial, aplicando regressão logística multivariada e avaliando os fatores de risco de violência sexual associados aos estilos parentais. Resultados: Dos 858 alunos que responderam à pesquisa, 71 (8,3%) foram vítimas de violência sexual e 52 (73,0%) eram do sexo feminino. O PSI mostrou que, nas vítimas de violência sexual, predominam estilos de proteção menores (p=0,002), com escores mais altos nas seguintes práticas: punição inconsistente (p=0,003), negligência (p=0,001), monitoramento negativo (p=0,017) e abuso físico (p<0,001). A regressão logística mostra que a chance de um indivíduo ser vítima aumenta 11,0% a cada aumento na pontuação de negligência e 23,4% a cada aumento na pontuação de abuso físico. Quanto ao monitoramento positivo, a chance de um indivíduo ser vítima diminui 10,0% a cada aumento no escore (p=0,009). Conclusão: Os estilos parentais influenciam diretamente a possibilidade de ocorrência de abuso sexual - o monitoramento positivo é um fator de proteção, enquanto a negligência e o abuso físico (punição) aumentam o risco de o indivíduo ser vítima.
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